É difícil ficar indiferente à imagem de um homem frágil e doente a percorrer os metros que o separam do início do seu julgamento. A responsabilidade é, em primeiro lugar, da Justiça, por, tal como é de lei, exigir a identificação do arguido claramente debilitado perante o tribunal, apesar das inúmeras provas da sua incapacidade. Em segundo lugar, do seu advogado, que, para denunciar a inoportuna decisão de exigir a comparência de Ricardo Salgado no início do julgamento, preferiu expô-lo ao ridículo de fazer aquele caminho. Usar o seu cliente para benefício da defesa é igual ou pior do que a vergonha que lhe foi exigida.
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Há muitos mais que deviam ser julgados
No banco dos réus, mesmo sem ser acusada, estará uma grande parte da elite de Portugal. Empresários, políticos, gestores, homens e mulheres das artes e dos espetáculos que anos a fio se alimentaram da teia criada por Ricardo Salgado