No agregado de sondagens da plataforma FiveThirtyEight, que usa um algoritmo complexo para prever o resultado das eleições nos Estados Unidos, a candidata democrata Kamala Harris tem uma vantagem de 2,7% face a Donald Trump. A diferença é tão pequena que o ponteiro que indica quem tem maiores possibilidades de vencer a 5 de novembro está pousado no meio. Harris tem uma favorabilidade ligeiramente maior — nas simulações do algoritmo, vence 55 vezes em cada 100, contra 45 vezes de Trump. Mas a maioria dos simuladores não consegue pender de forma definitiva para um ou outro candidato, o que frustra analistas, doadores, campanhas e os próprios eleitores. É por isso que há um novo elemento a ser chamado para a linha da frente: sondagens feitas por agentes artificiais. A introdução de inteligência artificial numa atividade de longa tradição, mas com problemas crescentes nos últimos anos, é quase inevitável nesta era. O que ainda não sabemos é como estes métodos podem mudar não só como se fazem sondagens, mas também o seu efeito no eleitorado.