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Opinião

Unidos na diversidade

Até quando a democracia europeia conseguirá continuar a acolher as crescentes diversidades políticas e mundivisões antagónicas sem que as fissuras sejam demasiado profundas?

Iniciámos 2024 com expectativas pelos diversos desafios eleitorais que este ano trazia. As eleições europeias contiveram o crescimento dos partidos de extrema-direita, mas o desempenho de forças políticas extremistas em eleições nacionais e subnacionais parece estar a apertar o cerco. Na semana passada, no Estado alemão de Brandeburgo, o SPD alcançou uma inesperada e tangencial vitória, com uma escassa vantagem de 1,7%, de acordo com os resultados provisórios divulgados na segunda-feira. Esta vitória sobre a AfD tem, no entanto, um sabor de derrota. Num Estado governado pelo SPD desde a reunificação, os sociais-democratas veem-se agora forçados a negociar com o BSW, a recém-criada força política de extrema-esquerda que partilha, em parte, a cartilha ideológica da extrema-direita. Resta saber como é que o SPD alcançará uma solução de governação estadual com uma força política anti-NATO, populista, anti-imigração e pró-Kremlin.