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Opinião

Não é currículo, é cadastro. Não é escolha, é provocação

O percurso de Albuquerque é uma sucessão de desastres ruinosos para o Estado e para a ética: swaps, venda do BPN, gestão do dossiê BANIF, resolução do BES, privatização da ANA, ida para o Arrow Global. O problema não é representar o fanatismo do passismo, é ser a sua versão degradada. Esta escolha é uma chapada na memória, na exigência e na ética

Maria Luís Albuquerque chegou ao Governo sem grande currículo político ou técnico, para além da passagem pelo IGCP. Tinha sido professora de Passos Coelho e isso chegou para ter lugar no Executivo e, depois, substituir Vítor Gaspar. O percurso de Albuquerque é uma sucessão de desastres ruinosos para o Estado e para a ética. Ainda antes de chegar ao Governo, foi responsável por contratos swaps na Refer e depois, enquanto governante, por uma péssima gestão da litigância com o Santander, que veio a custar muitos milhões de euros às empresas públicas transportadoras e várias demissões. Apesar da polémica, Passos queria uma amiga fiel que não se esquivasse da absurda vontade de ir mais longe do que a troika. Paulo Portas, que defendia uma postura menos colaboracionista com a troika, ameaçou, de forma “irrevogável”, abandonar o barco por causa desta promoção. Hoje, o defunto CDS acha que é excelente escolha para comissária europeia.