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Opinião

A ausência de medalhas da pátria

Sentava-me no sofá para ver os Jogos Olímpicos e indignava-me com a ausência de medalhas da pátria

Aconteceu mesmo, mas agora parece-me uma quimera, com as marcas oníricas, cenário real com ação inverosímil: um clube de dança jazz contemporânea mesmo ao lado da escola primária do bairro, fruto do espírito de missão de uma professora que caiu ali como um anjo. Eu era bom, maleável, rítmico, mas cedo aquilo acabou — “coisa de maricas”. Seja como for, era óbvio que eu era bom para a ginástica, mas o sonho na época era ser o ala da equipa da escola. Na associação do bairro, fiz atletismo no espírito da meia maratona (era o tempo da Rosa Mota); o treinador era um federado do Belém, convidou-me para ir treinar, mas o sonho era jogar futebol com os crescidos.