Muitos portugueses acreditam que as casas são o melhor investimento que existe. Que os seus preços sobem sempre e o retorno é garantido. Pegue-se numa amostra aleatória e é fácil encontrar uma elevada percentagem de pessoas que assim pensa. Seja uma ideia baseada em estatísticas e estudos empíricos, ou apenas um feeling. Mais ainda após anos com o mercado imobiliário a valorizar a grande velocidade. Mas será que, no longo prazo, o imobiliário é assim tão rentável? O índice de preços da habitação do Instituto Nacional de Estatística (INE) começa em 2009 e, desde então, só caiu por três vezes (2011, 2012 e 2013). Acumulou um ganho de 101,5% nestes 14 anos, ou seja, os preços duplicaram. O que corresponde a uma variação média anual de 5,1%. O que é superior, por exemplo, à taxa média dos depósitos a prazo (1,3%) ou à yield média das obrigações do Tesouro a 10 anos (3,9%). Não é mau ainda que, em termos reais (descontando a inflação), o valor se fique por apenas 3,1% e, em alguns anos, a valorização não compense sequer a subida do nível de preços.