A semana que passou é a ilustração perfeita do inferno pós-moderno e pós-verdade, inventado há décadas pela esquerda intelectual e agora aproveitado pela direita radical. Há uma bala intelectual a unir a esquerda pós-68 e este populismo de direita; foi disparada por Foucault e acertou em glória em Trump. Neste ambiente, não há verdade, nem verdade empírica, nem verdade moral. Só há perspetivas, isto é, poder. Não interessa a razão, os factos também não importam. Só interessa a emoção, a febre mediática que impõem a perspetiva dominante. E por isso vivemos numa permanente inversão da verdade, é um jogo de reflexos em espelhos retorcidos e foscos, sem um único plano claro e limpo.
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Trump, uma bala não muda nada
Trump não é um mártir, não é uma vítima. Este homem está há oito anos a destruir o sistema político, a relação entre poder e jornalismo, a relação entre política e verdade, entre política e decência