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Opinião

O milagre europeu

A Europa é o milagre da subida de um português, filho de um escritor e de uma jornalista, à liderança de 448 milhões de pessoas ou da duplicação da riqueza de dez países em apenas 15 anos

A última semana ficou marcada pela candidatura de António Costa para presidente do Conselho Europeu. Para muitos é uma parolice ter orgulho nele, porque nenhum de nós vai ganhar nada com isso. Mas, pergunto-lhes: é uma parolice ficarem contentes quando uma prima arranja um bom emprego, é promovida ou recebe um prémio? Costa é um membro da nossa comunidade, os portugueses. A toda a hora celebramos quando um dos nossos atletas vence uma prova na Arábia Saudita, um cientista ganha um prémio por uma descoberta na Alemanha ou uma empresa se torna líder de mercado na Colômbia. Além do mais, Costa vai para um cargo político para o qual contou muito qual era o país no seu passaporte. Esses cargos são sempre de representação, não dos interesses portugueses, mas da nossa identidade como grupo e da nossa reputação coletiva no exterior. Não me sinto parolo ou envergonhado por ter prazer em ver um rapaz nascido em São Sebastião da Pedreira (um “rural” aos olhos de alguns) subir na vida até ao centro de Bruxelas.