O recente anúncio do avanço de quatro projetos determinantes na área dos transportes e mobilidade, designadamente a construção do novo aeroporto de Lisboa (Alcochete), a terceira travessia do Tejo que ligará o Barreiro a Lisboa e o TGV que ligará Lisboa a Vigo e Lisboa a Madrid, deverá suscitar uma reflexão, mais ou menos alargada, sobre os desafios associados à mobilidade dos portugueses e, mais relevante, de que forma as respostas preconizadas e priorizadas contribuem para uma maior coesão do nosso território e para um aumento transversal da qualidade de vida de todos os portugueses. A estes projetos acresce uma miríade de outros, de natureza mais local, como por exemplo, o Metro Ligeiro de Superfície Odivelas — Loures ou o BRT Braga, ambos financiados com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), num montante total que ascende a €490 milhões. O PRR veio, de facto, criar uma oportunidade para as autarquias avançarem com projetos de mobilidade, num espaço de tempo relativamente apertado, que provavelmente noutras circunstâncias não se concretizariam. Contudo, e tendo como exemplo o tempo de maturação dos projetos elencados de dimensão nacional — um tempo excessivo, dirão alguns — este prazo apertado, inferior a cinco anos nos dois exemplos de natureza mais local apresentados, não deixa de suscitar reservas relativamente à sua exequibilidade e efetiva concretização do seu potencial em termos de crescimento e desenvolvimento não só das cidades diretamente afetadas, mas principalmente do território onde estas se inserem.
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Baby, you can drive my car
Não fará sentido considerar que os investimentos que se antecipam para a área metropolitana de Lisboa apenas beneficiarão esta região