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Opinião

A quem interessa, com que meios e com que efeitos?

O “fenómeno” da subida da extrema-direita na Europa e em alguns outros países do mundo é relativamente recente

Pode até ter raízes mais ou menos profundas, ou ter exemplos históricos comparáveis, mas o “fenómeno” da subida da extrema-direita na Europa e em alguns outros países do mundo é relativamente recente. É isso, aliás, que o qualifica como “fenómeno”. No dia 23 de junho de 2016 a maior parte dos comentadores foi surpreendida com o facto de, ao contrário do que apontavam todas as previsões, os eleitores britânicos escolherem em referendo a saí­da da União Europeia, ou ‘Brexit’. Foi há menos de oito anos. Mais surpreendente ainda, a eleição de Trump nesse mesmo ano de 2016, em novembro, foi o outro tiro no porta-aviões da política convencional. Em seis meses, as políticas da UE e dos EUA ficaram viradas do avesso. Quando veio Bolsonaro ou Milei, a opinião pública mundial já estava mais habituada à narrativa de “populista excêntrico vem supostamente de fora do sistema e acaba como homem mais poderoso do país”.