O Expresso de 12/4/2024 anunciava “Portugal com a eletricidade mais barata da Europa”. Infelizmente, isso não eram os custos totais para os consumidores, mas apenas os preços no mercado grossista formados na base do custo variável de produção da última central a entrar. As eólicas e fotovoltaicas, que nos vendem a energia com um preço político fixo (feed-in tariffs — FIT) na Produção em Regime Especial (PRE), oferecem no mercado grossista a energia a preço zero, contribuindo para o abaixamento do preço médio nesse mercado, mas depois o que os consumidores pagam são os custos fixos e as rendas auferidas pelos produtores expressos nessas FIT (cerca de €90/MWh para a eólica e €296/MWh para a fotovoltaica). Na tarifa de energia, os consumidores pagam o preço do mercado grossista e depois nas Tarifas de Acesso às Redes (TAR) pagam o diferencial para o valor das FIT. Obviamente, quanto mais baixo o preço no mercado grossista, maior será o sobrecusto pago nas TAR para perfazer esse preço fixo das FIT.
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Os eletrões estarão loucos?
Quando há vento e água, a capacidade instalada gera excesso de produção em relação ao consumo e os preços afundam no mercado grossista