As eleições europeias de 9 de junho não são normais. Estudos de opinião em Bruxelas antecipam um crescimento da direita radical e da extrema-direita no Parlamento Europeu, e Portugal, escaldado com a mancha que o Chega assentou no Parlamento há um mês, está vulnerável. Se das legislativas de março saiu um Governo muito minoritário, entalado entre uma esquerda sem rumo certo e uma direita radical à solta, os impactos das europeias de junho irão muito para lá do que é habitual em votações intercalares. Desta vez, o tradicional teste dos cartões amarelos não faz sentido, o Governo terá três meses de vida e o que estará em jogo é outra coisa: saber se Ventura passa de terceira a segunda (ou primeira) força política; se a AD alarga a sua base de apoio ou se vê o “não é não” mirrar; se o PS de Pedro Nuno Santos passa da derrota à vitória; se os partidos mais pequenos arrebitam ou morrem. O que se joga nestas europeias é uma segunda volta das legislativas de março, mas é mais do que isso: vamos a uma espécie de primárias das legislativas antecipadas, que só por milagre não interromperão a legislatura, e os candidatos que vão a jogo mostram o óbvio: os partidos do mainstream estão aflitos.
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O melão das europeias
Nem Bugalho é Poiares Maduro, nem Temido é Vitorino. Montenegro e Pedro Nuno jogam na notoriedade, aflitos com a 2ª volta do 10 de março