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Opinião

Pedidos estranhos

Há uma idade em que duvidamos de tudo. Para muitos, as certezas já foram

A grande vantagem de trabalhar nesta área é, além de vermos e diagnosticarmos doenças, conversar com pessoas, que, frequentemente, não estão doentes. E ficamos ainda, ao fim de muitos anos, admirados. Aqui a surpresa foi total, nunca me tinha acontecido. Tinha sido meu doente há muitos anos, nada de grave, mas com sofrimento, a morte de um amigo muito próximo, como se fosse um irmão, companheiro de muitas aventuras, conheciam-se muito bem, partilhavam intimidades, com a segurança que poucas vezes nos acontece na vida. Fui durante um tempo o ouvido que ele precisava, até ultrapassar a perda. Nunca mais me esqueci de uma frase, que ainda hoje utilizo, para mim próprio e para os outros: “Coitado de quem morre, quem cá fica, mais cedo ou mais tarde, recupera e as memórias vão ficando mais espaçadas.” Desta vez o problema era outro.