Eu estava lá, ia entrar em direto. O tema do dia na Rádio Renascença era o aumento do número dos sem-abrigo, com uma nuance: há um número crescente de sem-abrigo imigrantes e recém-chegados. Mariana Vieira da Silva era a convidada do dia e foi confrontada. Na resposta, foi evasiva e politicamente correta; disse qualquer coisa como: não quero pactuar com discursos de fechamento securitário! Ah? Não era essa a pergunta. A questão é que há um problema crescente de pobreza sem-abrigo. E se estivermos a falar de pessoas que acabaram de chegar, esse problema torna-se ainda mais premente. É por isso que — ao contrário do que se tornou a língua de pau da esquerda — regular a imigração não é racismo, é humanismo. É preciso ver quem entra, como entra, onde vai trabalhar, onde vai viver. Se não fizermos isto, estas pessoas acabam por viver à margem, em guetos e muitas vezes o gueto é só o 2º dto de um prédio onde vivem 10 a 15 pessoas, o que causa óbvios conflitos com os restantes moradores. Não se trata de racismo, mas de respeito por regras óbvias de vizinhança. A economia precisa de imigrantes, mas a sociedade, que está antes da economia, tem de integrar essas pessoas, que são seres humanos antes de serem mão de obra.
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Os invisíveis
Uma coisa é criticar André Ventura; outra coisa é tentar perceber porque é que 10% a 20% das pessoas vota Chega. O que leva a este desespero? Esta empatia, antigamente apelidada de “neorrealista”, está hoje ausente da bolha mediática