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Opinião

O projeto político da desordem

Defender a luta laboral institucionalizada é querer conservar uma conquista que deu muito melhores resultados do que esta balbúrdia falsamente espontânea e uma ordem democrática em crise. Já a direita, na sua tolerância com o que vimos no Capitólio, está a ser sugada para o projeto político da desordem

Nenhum dos candidatos que estava no Capitólio sabia que os polí­cias iriam transformar a manifestação do Terreiro do Paço num cerco simbólico ao debate democrático. Não houve media training, houve instinto político. Os dois revelaram os seus defeitos e virtudes, sempre ligados: um decidiu sozinho, sem grande cálculo político, segundo as suas convicções; outro tentou agradar a todos, hesitando perante o risco. Pedro Nuno Santos entrou no debate a vencer porque percebeu que se candidata a exercer a autoridade do Estado. E a exercê-la, antes de mais, junto dos agentes que, em nome do Estado, garantem o cumprimento da lei, não a podendo violar, muito menos de forma coletiva. Num candidato a primeiro-ministro também avaliamos a capacidade política em momentos de pressão.