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Opinião

Quem quer ser ministro das Finanças de Pedro Nuno?

Então é assim: se Pedro Nuno Santos for primeiro-ministro, não há lugar para Centenos nem Medinas. “Quem manda não são as Finanças, o ministro das Finanças não controla o trabalho dos outros". Imagine que Marcelo tinha aceite Centeno para suceder a Costa.

Começou a descolagem. Após dois meses em que andou aprisionado entre a lealdade devida à governação de António Costa, onde esteve quase até ao fim, e a indisfarçável pulsão para descolar de anos de tensão disfarçada, Pedro Nuno Santos aproveitou neste domingo a apresentação do seu programa eleitoral para dar o passo em frente.

Um interminável improviso de hora e meia, que deu tempo para lanchar, desligar, regressar e perceber tudo, começou com uma facada ao costismo, onde Pedro Nuno sabe que mais dói: o papel central que os ministros das Finanças tiveram nos últimos oito anos e que o sucessor de Costa mandou à cara de Fernando Medina, que estava sentado na primeira fila a ouvi-lo. “Os ministros das Finanças não podem controlar o trabalho dos outros, temos que mudar, queremos um Governo em que os ministros setoriais tenham autonomia”, afirmou. Medina sorriu, não tinha outro remédio.