Há dias, em conversa para uma entrevista, um apoio mais senatorial de Pedro Nuno Santos dizia-me: “Ele está à procura do seu encontro com a realidade.” A expressão é muito feliz, ainda que intermitentemente comprovada. É verdade que o novo líder do PS mostrou, a princípio, vontade de ir além da mensagem do seu antecessor. Nomeou “a economia” como prioridade do seu programa. Reconheceu que o eleitorado zangado com o PS não é “o culpado” dessa zanga; que há frustrações legítimas face a expectativas incumpridas. Assumiu que o seu partido tem de oferecer “mais do que serviços públicos”; que tem de elevar salários além daquele que é mais fácil aumentar: o mínimo.
Exclusivo
O reencontro com a realidade
Passar meses a apontar o Chega como ameaça só é politicamente viável se se fizer tudo para o afastar do poder