Quando, há uns anos, começou esta moda de debates de 30 minutos, em que, dois a dois, todos debatem com todos, pareceu-me uma autêntica overdose. Estava enganado. É evidente que nem todos os debates são esclarecedores — o que há para esclarecer num debate entre Inês de Sousa Real e André Ventura? —, nem todos serão interessantes — qual o interesse de um debate entre Rui Tavares e Paulo Raimundo? —, alguns são exasperantes — como todos os que têm André Ventura, com todo o seu falso histerismo —, mas tornaram-se num belo produto televisivo. Uma espécie de campeonato de futebol com muitos jogos curtos. Tal como no futebol, temos as noites televisivas dedicadas aos protagonistas. E, muitas vezes, os comentários aos debates duram mais tempo do que os próprios debates.