Presidente da República, numa visita de Estado, apurou duas boutades, ou, em bom português, duas calinadas. Uma a seguir à outra. A primeira era uma espécie de comentário sobre um decote e o clima apropriado ao decote, que nem pode ser classificada de sexista, apenas grosseira. Num chefe de Estado, seguramente. A segunda foi uma declaração identitária que nos apresenta a uma comunidade de emigrantes ou descendentes de emigrantes portugueses como um país de “fado, bacalhau e Cristiano Ronaldo”. Somos era o verbo definidor, somos isto. Fado, bacalhau e futebol. E, talvez para Marcelo Rebelo de Sousa, sejamos isto.
Não somos isto. Já passámos disto há muito tempo e não me revejo na certificação identitária. Há 50 anos talvez fizesse sentido.