Espanha está num impasse político preocupante. Não tanto pelo facto de nem PP, nem PSOE, terem ainda reunido apoios suficientes para uma investidura (o que significa não ter governo à vista) mas, sobretudo, pelas leituras que se podem fazer das movimentações dos principais atores políticos.
Comecemos por Pedro Sánchez que, numa jogada subordinada exclusivamente ao interesse partidário, tomou a iniciativa de se demitir e provocar eleições antecipadas. Porventura, pensou que iria continuar a seguir os passos do seu amigo António Costa: o eleitorado ia dar-lhe uma maioria absoluta, que lhe permitiria governar sem o radicalismo de esquerda. Enganou-se. O eleitorado acabou por penalizar a decisão, mas não de forma a entregar a possibilidade de governar ao outro partido do arco da governação, o PP.