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Opinião

Cimeira da NATO: um resultado final realista e sensato

Uma coisa é ajudar a Ucrânia a defender-se da invasão a que foi sujeita, outra integrá-la numa aliança militar sem que estejam reunidas condições para tal. Quando a guerra terminar por fim, a Ucrânia tem de continuar a percorrer o caminho do combate à corrupção, estabilização das instituições e prática política democrática. É este realismo que não é fácil de manter quando se analisa as pretensões de um país que foi invadido e que está a ser destruído por uma guerra insana

A cimeira da NATO que ontem terminou em Vilnius, a pouca distância da Rússia, teve um desfecho sensato e realista. Podia não ser o caso, dado o preocupante deficit de liderança entre os países membros da NATO. O eixo Paris-Berlim não funciona, pela fragilidade interna de Macron e falta de peso político de Olaf Scholz. O mesmo para Rishi Sunak - um pro brexit, convém lembrar - com pouca tarimba diplomática. Claudia Meloni suscita compreensíveis reticências e Pedro Sanchez - ainda mais que Macron - está politicamente fragilizado.

Com semelhante cenário, não admira que o secretário geral da NATO, o norueguês Jon Stoltenberg, assuma um protagonismo maior que grande parte dos seus antecessores.