Exclusivo

Opinião

O ChatGPT não tem intuição

Porque o computador não sente no estômago a urgência moral que é salvar aquelas pessoas, um instinto moral que o darwinismo não explica

A questão da inteligência artificial (IA) não é desafiante no QI. Analiticamente, um computador será sempre mais poderoso do que o cérebro humano, o filho mecânico supera o pai orgânico. Mas a inteligência humana não é só o QI, é também o QE, coeficiente de inteligência emocional, aliás, é sobretudo o QE: um grande artista ou um grande jogador não é nada sem esta intuição que faz associações através de uma linguagem que não é analítica e que pode não ser verbal — pode ser só uma sucessão de metáforas, imagens e pressentimentos que não cabem no espartilho analítico. É por isso que na tela a IA não pode criar arte; pode imitar, mas jamais criará. É por isso que no relvado um Haaland, um robô perfeito, jamais atingirá a beleza de um Futre, um génio imperfeito.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.