Faz parte das regras tribais que, quando o xamã é criticado, os seus seguidores façam coro em sua defesa. É bonito. A lei é cumprida mesmo que o protagonismo seja disputado dentro da tribo e que a operação prejudique o cacique, ou que espreitem novos candidatos ao lugar, adivinhando o seu definhamento. Não é assim com esta triangulação estranha entre Cavaco Silva, Moedas e Montenegro? O prejudicado, o líder do PSD, vê-se compungido a correr atrás da agenda do autarca e a acenar às palavras do ex-Presidente que, de uma assentada, criou mais estrondo com os seus esfíngicos enigmas sobre a habitação do que Montenegro com refrões acerca da sovietização mental de António Costa.