Os talibãs estão aborrecidos. Sentados atrás das secretárias em Cabul, nos seus empregos burocráticos, os mujahidin suspiram pelos tempos em que se refugiavam dos drones assassinos e colocavam explosivos nas estradas ou em que, escondidos com uma espingarda de sniper, abatiam mais um infiel ocidental. A vitória tem um preço que lhes custa aceitar. Perderam a liberdade que o facto de serem combatentes lhes dava. Têm um horário a cumprir e — imaginem — se faltarem cortam-lhes o dia no salário. Os talibãs gostaram de libertar o Afeganistão dos americanos. Agora, governar não lhes está a cair bem. E é uma lição a ter em conta para o próximo império que queira tomar o Afeganistão: é bombardeá-los com burocracia.
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