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Opinião

Políticos normais, lucros anormais

A ideia de um imposto sobre ganhos extraordinários das empresas foi enterrada assim que surgiu. Não devia

Mal tinha acabado de tomar posse, já António Costa Silva provava o veneno da política. Teve o ministro da Economia a audácia de admitir a possibilidade de “provavelmente considerar um imposto, um windfall tax, para os lucros aleatórios e inesperados que elas estão a ter”. Foi o suficiente para escandalizar partidos da oposição, empresários e alguns comentadores, com vários dos seus colegas de Governo a assobiar para o lado. A ideia revolucionária, que morreu ainda antes de ter nascido, é partilhada por entidades como a OCDE, a Comissão Europeia ou o FMI, e tem sido posta em prática, entre outros, por Mario Draghi em Itália, que anunciou esta semana uma subida da taxa de 10% para 25%.