O olhar de quem está do “lado de cá” da muralha comunicacional que se abateu sobre a Rússia, à procura de solução para uma guerra sangrenta e devastadora, espera que a insatisfação popular com o efeito económico das sanções, ou que a pressão social perante a chegada dos caixões dos soldados caídos em combate, retirem Putin do poder. Os sinais não são animadores.
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Carne para canhão
Por não reconhecer que está em guerra, Putin não pode recorrer ao recrutamento generalizado. Seria um sinal de fraqueza militar e alteraria a composição social de um exército maioritariamente composto pelos escalões mais baixos da sociedade. Calcula-se que um terço ou metade das baixas reconhecidas sejam soldados provenientes de regiões periféricas da Federação, como o Norte do Cáucaso, maioritariamente muçulmano. A motivação para defender a grandeza de um império não é grande, mas garante a solidão silenciosa do seu destino. São carne para canhão