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Opinião

Zemmour e os democratas dentro da cerca

Zemmour é mais eficaz do que Le Pen a entrar no eleitorado republicado e de Macron. Mas tornou-a mais frequentável. Zemmour dividiu a extrema-direita e, com isso, permite que a direita tradicional sonhe com uma ida à 2ª volta de Valérie Pécresse, que pode ganhar a Macron. É quando são alternativas entre si que os democratas defendem a democracia

Éric Zemmour, jornalista, comentador e intelectual, é a nova estrela da extrema-direita francesa. O uso do choque para se tornar viral é tática conhecida e em que é mestre. Disse que Vichy protegeu os judeus – ele próprio tem ascendência judia da Argélia. Apontou uma arma aos jornalistas, numa brincadeira carregada de simbolismo e que também não é original. Sobre o ataque terrorista ao Bataclan, em Paris, disse que “em vez de bombardear o Iraque, a França devia bombardear Molenbeek” (o bairro muçulmano de Bruxelas). Mas a confusão com Donald Trump é absurda. Abertamente xenófobo e misógino, onde o ex-Presidente norte-americano é primário e ignorante Zemmour é sofisticado e culto.