Exclusivo

Opinião

As mulheres, a ciência e o egoísmo dos homens

No século XXI, as mulheres têm acesso "de jure" às mesmas liberdades dos homens, mas a realidade "de facto" é outra: quando surgiu o maior evento disruptivo das nossas vidas, a pandemia, a publicação de papers académicos dos investigadores homens manteve o ritmo; é como se não tivesse acontecido. A publicação dos papers académicos das investigadoras caiu a pique, porque eles – os maridos e namorados – recusam partilhar a principal tarefa moral da humanidade: cuidar de crianças e idosos. É só isto

Vale a pena voltar ao tema das mulheres e da ciência, que é, no fundo, o tema dos bloqueios que as mulheres ainda sentem na sua ascensão profissional. No verão, a minha filha mais velha leu este livro: “As Cientistas - 52 Mulheres Intrépidas que Mudaram o Mundo” (Bertrand), de Rachel Ignotofsky. É como um filme da Pixar: é para crianças, mas os adultos podem lê-lo com proveito. Conta a história a partir do ponto de vista de cientistas como Mileva, o génio escondido dentro do génio de Einstein. Ou seja, conta a história de mulheres cujas descobertas disruptivas foram apropriadas por homens, porque, ora essa!, uma mulher não podia andar naquela vida de estudar e aprender. Que galdérias!