É o mínimo e pouco chamar-lhe “Elvis Presley do merengue”, epíteto que levou em vida mas que fica assaz aquém e de resto nem quadra ao contributo que lega, plasmado em mil partituras poderosas, prenhes de graça e duende, e em 105 produções discográficas principiadas em 1962, com “La Agarradera”, e terminadas 54 anos depois, numa obra sintomática e melancolicamente designada “Tronco Viejo”. Entre essas duas extremas, “Caballo Mayor”, outro dos seus cognomes, relinchou álbuns cujos títulos são, só por si, fulgurantes hinos à alegria cósmica: “El Bogaloo Está en Algo”, de 1965; “El Turun Tun Tun”, dois anos depois; “El Papelito Blanco”, El “Mamito” e “Vamos a Bailar Merembé”, todos de 68, um annus mirabilis na sua carreira, a um tempo artística e filosófica; “¿Tú Sabes a Que Yo Vine? Te Digo Ahorita” e “Salsa Pá Tu Lechón”, ambos de 1972; “El Pingüino”, corria 1973 e, um ano volvido, três discos de rajada, “Un Poquito para Atrás: Mamá Tingó”, “La Protesta de los Feos”, “¿Qué Pasa Papo? Ahí Es Que Tú lo Dañas”. Em 1976, “¡El Que Venga Atrás, Que Arree” e, depois de “Excitante”, de 1977, ou do imodesto “Yo Soy El Merengue”, em 1980, “Un Saludo Al Diputado: 14 Éxitos Vol. 2”, de 1982, assinala a sua entrada na vida política, onde perfez uma legislatura sem nunca ter perdido as convicções monárquicas que o fizeram expelir, em 2007, “El Rey del Merengue” e já antes, em 1996, “El Rey y la Reina del Merengue”, em parceria público-privada com Milly Quezada, nome artístico de Milagros Quezada Borbón, infortunada cantora a quem devemos clássicos de arrepiar a espinha como “Burbujas de amor”, “Antología de caricias”, “Yo tengo un negro”, “Mesita de noche”, “Tu amor es vital”, “Yo soy mujer y no soy una santa” (e, mais recentemente, “Gracías a Ti”, em homenagem aos profissionais de saúde da Covid-19).
Exclusivo
Johnny Ventura
1940-2021 Juan de Dios Ventura Soriano era um cantor dominicano, reconhecido como o “Elvis Presley do merengue” e da salsa, antes de ter enveredado pela vida política no seu país