Exclusivo

Opinião

Uma coisa é a ditadura de Lukashenko, outra o ataque à UE

Como a UE mantém a Hungria como Estado membro, perdeu, infelizmente, autoridade moral para agir contra outros tendo como critério o desrespeito pela democracia e liberdades cívicas. Mas um Estado desviou um avião de uma empresa da UE, com cidadãos da UE, quando se deslocava entre capitais da UE. Quanto a isso, não há contemplações. Está no momento de mostrar a Lukashenko (e a Putin) que a sua inimputabilidade não extravasa fronteiras, bloqueando o acesso aéreo a Minsk, isolando o ditador

Escrevi sobre a ditadura de Lukashenko em setembro do ano passado. A não ser o facto de ter sobrevivido a uma fraude eleitoral e à contestação nas ruas, está tudo na mesma. Essa é uma das características das ditaduras: tendem a travar as novidades. Elas caem porque se tornam insustentáveis, porque alguma mudança social destróis as suas defesas ou porque a longevidade lhes dá uma sensação de invencibilidade que as leva a cometer erros. A última hipótese pode explicar o caso do avião que ia de Atenas a Vilnius e que, num ato de pirataria aérea do regime, foi obrigado a aterrar em Minsk, voltando a virar os focos do mundo para Lukashenko.