Estamos no meio de uma pandemia que mata sobretudo idosos doentes com esta ou aquela comorbidade, idosos que já estavam frágeis antes do vírus. Bem ou mal, com ou sem erros, estamos a fazer tudo para tentar diminuir o número de mortos. Neste contexto, no pico da pandemia em Portugal, o Parlamento português aprova a legalização da eutanásia, que será uma tentação precisamente para as pessoas que estamos a tentar salvar agora. Que absurdo moral e político é este? Sabem o que vai acontecer no pós-pandemia se esta lei avançar? Muitos daqueles que salvámos da covid pedirão a eutanásia.
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Aceitar a eutanásia em tempos de pandemia é pornográfico
O que assusta estas mentes modernas e alegadamente sofisticadas não é a morte em si, é a sensação de desordem inerente à vida humana aqui na história. Se as mortes ocorrerem dentro de uma bolha humana, controlada e sem dor (eutanásia), essas mortes deixam de ser um problema, e passam a ser um direito e um progresso. Lamento, mas isto não é um progresso, é um gigantesco retrocesso que mostra uma sociedade que não sabe o que fazer aos velhos e quer ilegalizar a dor nem que seja à custa da legalização do suicídio enquanto direito adquirido