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Opinião

Berardos e Ronaldos

A sociedade está cheia de Berardos, de seres que existem porque os autorizamos com o nosso sarcasmo, a nossa indiferença e a nossa cumplicidade

Podemos rir-nos. Ou indignar-nos. Estas são as duas respostas normais ao fenómeno Berardo. Respondemos com um gracejo, uma anedota típica da urbe, ou com um esbracejo de raiva. E queremos matar o Berardo, e os políticos, e os amigos deles. E somos de direita porque odiamos a esquerda e somos de esquerda porque odiamos a direita. E afundamo-nos no desespero passivo ou na falta de esperança que fazem de Portugal um país com elevado nível de depressão diagnosticada e um consumidor de sedativos e antidepressivos. Um país sem produtividade, entregue a intervalos de feriado e fim de semana. Um país onde a consciência de classe ou de comunidade se dissolve no shopping, no futebol e no consumo maciço de televisão, que está ligada todo o dia nos cafés e restaurantes e dentro das cabeças. Um país onde o ressentimento causa a drenagem da ambição.

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