A irlandesa Carol McLoughlin já tinha dois filhos quando engravidou novamente em 2022. Queria ser mãe de novo, mas os exames médicos cedo mostraram que algo errado se passava com o bebé. Após a 12ª semana de gravidez — o limite legal para realizar uma interrupção voluntária da gravidez (IVG) na Irlanda — Carol foi informada de que os órgãos do feto não estavam a desenvolver-se convenientemente. Mas com um diagnóstico de Síndrome de Down, a mãe não poderia avançar para uma interrupção da gravidez. Teria de esperar que o coração do bebé parasse de bater. “Eu não conseguia suportar a angústia de esperar pela morte do meu bebé”, testemunha, acabando por decidir viajar para Londres (Reino Unido) para interromper a gravidez.
Exclusivo
Investigação: mais de 5 mil mulheres atravessam fronteiras na Europa para abortar, Portugal regista o segundo maior fluxo
Entre 2019 e 2023, houve, pelo menos, 27.238 mulheres em toda a Europa que tiveram de ir a outro país realizar uma IVG. A trajetória Portugal-Espanha é a segunda maior de que há registos. São revelações da investigação internacional Exporting Abortion, da qual o jornal Expresso faz parte