O arquiduque Franz Ferdinand, herdeiro do Império Austro-Húngaro, foi morto num atentado em Sarajevo, a 28 de Junho de 1914, o que desencadeou um conflito diplomático que viria a conduzir à I Grande Guerra (entre 1914-1918).

Foi muito rápida a sucessão de acontecimentos na época. Ferdinand e a mulher, Sophie, foram alvejados no interior do seu automóvel por Gavrilo Princip, um dos sete membros da Mlada Bosnia (Jovem Bósnia), uma organização sérvio-bósnia que defendia a independência da Áustria-Hungria.

A Áustria declarou, então, guerra à Sérvia, garantindo o apoio incondicional da Alemanha, a que se seguiu a mobilização de tropas russas. A 1 de Agosto de 1914, a Alemanha declarava guerra à Rússia e, três dias depois, a Grã-Bretanha declarava guerra à Alemanha. A Europa mergulhou num conflito sangrento, que durou quatro anos e acrescentou novas fronteiras ao mapa do mundo.

 

Desentendimento nas comemorações 

Cem anos volvidos, muitos reuniram-se numa cerimónia discreta na Bélgica, mas foi impossível juntar chefes de Estado e de Governo na capital bósnia, devido às fortes divisões nos Balcãs.

De acordo com a agência France Press, a população da cidade que atualmente é maioritariamente muçulmana identifica os sérvios como os inimigos da guerra dos anos 1990.

Por outro lado, para os sérvios, Princip foi um herói e o "assassino de um tirano" que se comprometeu com a unificação dos povos eslavos do sul, independentemente das origens étnicas e religiosas num país independente.

Os sérvios da Bósnia recusam-se a participar nas cerimónias oficiais previstas para Sarajevo que acusam de "revisionistas" e estão a organizar as próprias cerimónias conduzidas pelo presidente da Entidade Sérvia, Milorad Dodik, e pelo realizador de cinema sérvio, Emir Kusturica.

Na Áustria, a bisneta de Franz Ferdinand e restante família também celebram a data no castelo de Artstetten, próximo de Viena, onde o arquiduque está sepultado.