“No filme ‘Iron Man’, havia uma personagem chamada Mandarim, que comandava o grupo terrorista Dez Anéis. Deveria ser um temível senhor da guerra, todo-poderoso, capaz de atacar em qualquer lugar, a qualquer hora, até que o Homem de Ferro o confrontou, invadiu o seu ‘bunker’ e descobriu que o Mandarim era, na verdade, Trevor Slattery, um ator falhado que foi contratado por uma organização criminosa para fingir ser o chefe de um grupo terrorista criminoso e um líder temível.” Trevor Slattery era apenas o testa-de-ferro, conta ao Expresso Muhammad Shehada, investigador visitante do Conselho Europeu de Relações Externas, escritor de Gaza e ativista pelos direitos humanos. Não é uma divagação fantástica, mas uma comparação que ajuda a ilustrar o perfil do biografado: Yasser Abu Shabab, uma figura obscura em Gaza que, recentemente, ganhou espaço e influência, depois de se ter libertado, após o início da guerra (7 de outubro de 2023), de uma prisão gerida pelo Hamas em Gaza (estava acusado de tráfico de droga).
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Abu Shabab: o “agente israelita” em Gaza, acusado de atear uma guerra civil e de ser o rosto final do “genocídio”
Yasser Abu Shabab é um nome que ganhou mediatismo. No último ano, o guerrilheiro e a sua organização, as Forças Populares, um grupo anti-Hamas relativamente pequeno no sul de Gaza, ganharam destaque, tanto online como na própria região. Foi acusado de invadir ou interferir em transportes de ajuda humanitária para Gaza. O Hamas atacou Abu Shabab e a sua organização por diversas vezes, mas as autoridades israelitas apresentam os membros do seu clã como potenciais grupos sucessores do Hamas