Nem sempre as ideias de Mustafa Akyol foram bem recebidas. Na sua coluna no jornal “The New York Times”, o autor turco conta como o seu livro “Islão sem Extremos: Um Argumento Muçulmano pela Liberdade” (2011), publicado em turco, malaio e indonésio, foi posteriormente proibido na Malásia, no outono de 2017. Detido e interrogado pela polícia religiosa da Malásia, por ter dado uma palestra em que defendia a liberdade religiosa, o politólogo era, no entanto, elogiado em publicações como “Chicago Tribune”, “Publisher's Weekly” e “The Economist”, pela obra de 2017 “O Jesus Islâmico: Como o Rei dos Judeus se Tornou Profeta dos Muçulmanos”.
“Sempre que há um ataque ao mundo muçulmano por parte das potências ocidentais ou as atitudes anti-islâmicas de Israel tornam-se mais de linha dura, os muçulmanos islâmicos de direita tornam-se mais defensivos e reacionários. Sempre que há mais paz e interação, há mais mudança e perspetivas para tal.” Esta foi uma das ideias que Mustafa Akyol, que estuda a interseção entre políticas públicas, Islão e modernidade no Centro para Liberdade e Prosperidade Global - CATO Institute, quis transmitir, nesta entrevista ao Expresso. Autor de livros como “Reabrir as mentes muçulmanas: um regresso à razão, à liberdade e à tolerância” e de “Por que é que, como muçulmano, defendo a liberdade”, Akyol reflete sobre a rejeição que sentem os muçulmanos em vários territórios da Europa, o futuro da Síria, de Gaza, e, de uma forma geral, do Islamismo. Os alertas que emite são tão dirigidos ao Oriente como ao Ocidente.