Guerra no Médio Oriente

Governo de Israel aprova acordo de cessar-fogo em Gaza, que arranca no domingo

Ao longo de 42 dias, devem ser libertados de 33 reféns e centenas de prisioneiros palestinianos. Segunda fase terá de ser negociada para se chegar a um cessar-fogo definitivo

Amir Levy / Getty Images

Após uma reunião de seis horas, o Governo de Israel aprovou o acordo de cessar-fogo em Gaza, que vai começar no domingo, durar 42 dias e possibilitar a libertação de 33 reféns durante essa primeira fase. A notícia vem do próprio gabinete do primeiro-ministro Netanyahu, citado pela agência Reuters.

De acordo com a mesma agência, 24 dos ministros do executivo votaram a favor e oito contra.

A aprovação devia ter sido feita ontem, mas foi adiada para esta sexta-feira - já madrugada de sábado em Telavive -, após Netanyahu ter referido exigências de "última hora" do Hamas. Antes, já o Gabinete de segurança israelita tinha aprovado o acordo.

Durante a trégua, Israel deverá libertar mil presos palestinianos e retirar os militares das zonas populacionais da Faixa de Gaza. Está planeado ainda o aumento da ajuda humanitária. Esta aprovação pode ser contestada pelos cidadãos israelitas, mas é esperado que os tribunais rejeitem esses pedidos.

Segundo duas fontes próximas do Hamas citadas pela agência France Presse (AFP), o primeiro grupo deverá ser incluir três mulheres israelitas. As autoridades israelitas designaram hoje 95 prisioneiros que poderão ser libertados no domingo, a maioria dos quais mulheres e menores, e muitos deles detidos já depois de 7 de outubro de 2023, data do início da guerra.

Durante esta primeira fase, as partes devem negociar uma segunda fase do acordo, cujo objetivo é chegar a um cessar-fogo permanente, assim como permitir a libertação dos últimos reféns, antes da terceira e última etapa dedicada à reconstrução da Faixa de Gaza e à restituição dos corpos dos reféns que morreram no cativeiro do Hamas.

A guerra em Gaza já se prolonga por 15 meses, após um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, a 7 de outubro de 2023, que fez cerca de 1200 mortos e mais de duas centenas de reféns. De acordo com as autoridades de saúde, já morreram 47 mil pessoas no território desde essa data.