Exclusivo

Guerra no Médio Oriente

À espera do ataque de Israel, o Irão já avisou que dará resposta “ainda mais forte”: “A paciência estratégica iraniana parece ter terminado”

Contrariando a perceção predominante no Ocidente de que o último ataque do Irão a Israel, a 1 de outubro, não provocou grandes danos, três investigadores iranianos refutam o cenário de fragilidade da República Islâmica. “A mensagem foi clara: o Irão pode atacar quando quiser e os seus mísseis podem contornar os sistemas avançados de defesa aérea” de Israel, defende um deles. “Na verdade, o Irão fez o que Benjamin Netanyahu quer”, acrescenta outro. “O nível da resposta de Israel mostrará se os Estados Unidos entrarão ou não num conflito com o Irão”

Um outdoor na Praça Enqelab, em Teerão, mostra imagens do ataque a Israel de 1 de outubro. “Se querem guerra, somos mestres da guerra”, lê-se em farsi e hebraico
Fatemeh Bahrami/Anadolu/Getty Images

Uma guerra entre Israel e o Irão, que arraste os Estados Unidos e engula todo o Médio Oriente, é “aquele conflito que ninguém quer”, mas que se tem tornado possibilidade crescente a cada nova contenda na região. Depois de o Irão ter lançado, a 1 de outubro, o seu segundo ataque direto contra Israel no espaço de seis meses — em resposta aos assassínios de Ismail Haniyeh (líder do palestiniano Hamas), a 31 de julho, e de Hassan Nasrallah (secretário-geral do libanês Hezbollah), a 27 de setembro, em ataques atribuídos a Israel —, Telavive tem prometida uma resposta “séria e significativa”.

Esta terça-feira, o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araghchi, fez um aviso. “Aconselhamos o regime sionista [Israel] a não testar a determinação da República Islâmica. Se ocorrer algum ataque contra o nosso país, a nossa resposta será mais poderosa. Qualquer ataque contra infraestruturas no Irão provocará uma resposta ainda mais forte”, disse.