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Guerra no Médio Oriente

“Passado um ano, quase ninguém se opõe à guerra em Israel”: entrevista exclusiva ao jornalista Gideon Levy

Há 35 anos a documentar a ocupação, Gideon Levy sente-se “mais isolado do que nunca”. Para o colunista do diário “Ha’aretz”, a imprensa em Israel “traiu o seu papel”, alinhando com a propaganda. “As pessoas pensam que Israel está polarizado. Não está: tudo vai na mesma direção do nacionalismo, do racismo e do militarismo”, diz ao Expresso a partir de Telavive

Colin McPherson

Há mais de três décadas, decidiu que o seu papel como jornalista seria documentar a ocupação em Israel. Porque, como diz nesta entrevista, isso define o país onde nasceu há 71 anos. Gideon Levy visita semanalmente a Cisjordânia e visitou Gaza enquanto foi possível, mesmo pagando o preço de ficar isolado dentro do país e de receber ameaças.

Hoje, é a única voz dissonante da imprensa israelita, que considera que se “demitiu” do seu papel, e por isso foi qualificado pelo diário francês “Le Monde” como um “espinho no flanco de Israel”. Há vinte anos que o lemos semanalmente na coluna “The Twilight Zone”, no jornal “Ha’aretz”. E acaba de publicar o livro “The Killing of Gaza” no Reino Unido.