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Guerra no Médio Oriente

Entre o trauma de há um ano e um Governo que contestam, israelitas só veem escuridão ao fundo do túnel

Dos kibbutz que recuperam do massacre de 2023 às cidades israelitas onde milhares exigem um cessar-fogo, há indignação perante o destino dos reféns levados pelo Hamas. Teme-se, também, o antissemitismo que ganhou expressão no Ocidente após os ataques de há um ano

Manifestação em Telavive a exigir ao Governo israelita um acordo de cessar-fogo com o Hamas que permita recuperar os reféns
Amir Levy/Getty Images

Vivian Silver estava eufórica. Canadiana de 74 anos, chegada a Israel há meio século, foi uma das fundadoras da Women Wage Peace (Mulheres pela Paz), organização de judias e árabes que subscreveram o apelo das mães aos dirigentes líderes israelitas e palestinianos para chegarem a acordo. De mão dada com Reem Hajajreh, líder da organização palestiniana irmã, Women of the Sun (Mulheres do Sol).

No dia 4 de outubro de 2023, desfilaram em Jerusalém 1500 mulheres, gritando slogans pela paz. Reem recorda esses momentos críticos: “Éramos como profetas da paz a advertir que tudo podia explodir rapidamente. Vivian e eu levámos cartazes que diziam ‘Parem com o derramamento de sangue’. Connosco, palestinianas e israelitas, havia mulheres e embaixadoras de todo o mundo”.