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Guerra no Médio Oriente

Invasão do Líbano: “A História sugere que uma ocupação prolongada é mais provável do que uma incursão limitada”

Os analistas concordam: uma operação limitada no tempo faria sentido, mas há “lições” a reter das anteriores invasões do Líbano. Além disso, a guerra em Gaza ainda decorre e o Hamas também tem interesse em que a guerra se torne mais ampla. As FDI terão, assim, de desdobrar-se em várias frentes

Várias aldeias no sul do Líbano estão a ser atacadas
Anadolu

“Limitada, localizada e precisa.” Será o anúncio do Exército israelita, sobre a sua operação terrestre contra o Hezbollah no sul do Líbano, o preâmbulo de uma guerra que se perpetua para lá do esperado, como em Gaza? Ou o reconhecimento histórico das dificuldades encontradas, e já repetidas, em território libanês? Enquanto as Forças de Defesa de Israel (FDI, ou IDF, na formulação inglesa) bombardeiam zonas perto da fronteira e lançam ataques aéreos contra a capital Beirute, os analistas de questões do Médio Oriente ponderam: será mesmo esta uma operação limitada, como foi prometido por Israel aos norte-americanos?

Os israelitas tiveram de aprender “lições” no Líbano ao longo dos últimos 40 anos, e “uma guerra terrestre pode ser uma armadilha mortal para os soldados israelitas”, admite, em declarações ao Expresso, John Strawson, perito em Estudos do Médio Oriente, e, em concreto, no conflito israelo-palestiniano, que leciona na University of East London. “Parece que desta vez a lição foi aprendida, e esta ofensiva parece estar confinada a ataques direcionados contra posições do Hezbollah numa área geográfica limitada. Desde os ataques aos pagers e walkie-talkies, em meados de setembro, parece que Israel tomou medidas para implementar uma operação há muito planeada contra o Hezbollah, e ela será baseada em informações muito precisas.”