Um responsável da Segurança Nacional americana afirmou este domingo que os Estados Unidos se preparam para “todas as eventualidades” face aos receios de uma escalada militar entre Irão e Israel, reiterando que é “urgente” um acordo de cessar-fogo em Gaza.
“Estamos a preparar-nos para todas as eventualidades”, disse o conselheiro adjunto para a Segurança Nacional, Jon Finer, ao canal americano ABC, citado pela agência de notícias AFP, dois dias após o anúncio do reforço da presença militar dos Estados Unidos no Médio Oriente.
Segundo Jon Finer, o Pentágono está a colocar recursos significativos na região para se preparar para uma possível necessidade renovada de defender Israel de um ataque.
“Ao mesmo tempo, estamos a trabalhar para desanuviar a situação diplomaticamente, porque não achamos que uma guerra regional seja do interesse de alguém neste momento”, afirmou.
Os Estados Unidos mobilizaram mais navios de guerra e aviões de combate para proteger as suas tropas e o seu aliado Israel das ameaças do Irão e de grupos como o Hamas palestiniano e o Hezbollah libanês.
Teme-se uma escalada militar entre o Irão e os seus aliados, por um lado, e Israel, por outro, na sequência da morte, na quarta-feira, do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, atribuída aos israelitas, após um outro ataque reivindicado por Israel que matou o chefe militar do movimento libanês Hezbollah, Fouad Shukr, perto de Beirute, na terça-feira à noite.
“Não sei o que vão fazer nem quando o vão fazer, mas temos de assegurar que estamos preparados”, afirmou, por seu lado, John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, na Fox News.
Apelos de vários países para saída rápida do Líbano
Os Estados Unidos, a par do Reino Unido, Suécia, Itália, França e Arábia Saudita, apelaram este fim de semana aos seus cidadãos para abandonarem o mais rapidamente possível o Líbano.
Cerca de 20 companhias aéreas cancelaram ou atrasaram os seus voos de e para Israel nos últimos dias devido às tensões na região, o que significa uma perda significativa de viajantes, indicou este domingo fonte aeroportuária.
Um porta-voz da Autoridade de Aeroportos israelita indicou à agência noticiosa espanhola Efe que, só este domingo, são esperados menos 10.000 passageiros no aeroporto Ben Gurion de Telavive, capital de Israel.
Quem atacar Israel pagará “preço alto”, avisa ministro
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, insistiu este domingo que o país está preparado “tanto para uma resposta rápida, como para um ataque” e alertou os seus inimigos que “pagarão um preço alto” em caso de uma ofensiva.
Numa visita à divisão do Exército dedicada à tecnologia no terreno, Gallant foi informado sobre a integração de novos tipos de armamento durante a guerra de Gaza.
Perante a escalada de tensões com o grupo xiita Hezbollah e com o Irão, o ministro defendeu que Israel está pronto a reagir tanto no solo como no ar.
Uma brigada da infantaria israelita completou esta semana um exercício militar para simular “cenários de combate em território” no norte do país, sendo a primeira vez que o Exército regular – não de reserva – realiza um ensaio militar na região.
No âmbito do exercício, as tropas ensaiaram cenários de combate, retirada de feridos, utilização de camuflagem e deslocação em terrenos densos e montanhosos.