Guerra no Médio Oriente

Líder do Hamas é assassinado durante ataque de Israel em Teerão e uma UE atenta ao assunto: o dia 299.º de guerra

Ismail Haniyeh morreu num ataque atribuído a Israel. O anúncio da sua morte foi feito pelos Guardas da Revolução iranianos na televisão estatal do país. O líder do Hamas visitava Teerão para participar na cerimónia de posse do novo Presidente iraniano

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O grupo islamita Hamas anunciou, esta quarta-feira, a morte do líder, Ismail Haniyeh, num ataque, que atribuiu a Israel, em Teerão, onde se encontrava em visita oficial. "O irmão líder, mártir combatente Ismail Haniyeh, líder do movimento, morreu em resultado de um ataque traiçoeiro sionista na residência em Teerão, depois de participar na cerimónia de posse do novo Presidente iraniano", confirmou o Hamas em comunicado.

O anúncio da morte de Haniyeh foi feito pelos Guardas da Revolução iranianos na televisão estatal do país. O Presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, acusou Israel de ter assassinado o líder palestiniano do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerão, e prometeu fazer com que o país "se arrependa" de um ato que considerou "cobarde".

"A República Islâmica do Irão vai defender a integridade territorial, a honra, o orgulho e a dignidade, e vai fazer com que os invasores terroristas [Israel] se arrependam do ato cobarde", disse Pezeshkian numa mensagem publicada nas redes sociais. Na mesma mensagem, o Presidente do Irão prestou homenagem a Ismail Haniyeh, que foi descrito como "líder corajoso". Centenas de iranianos protestaram hoje em Teerão contra Israel pelo assassínio do chefe do gabinete político do movimento islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, ocorrido de madrugada na capital iraniana.

O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, disse que o país está preparado para todos os cenários, embora não deseje a guerra com o Irão, após um ataque em Teerão que matou um líder do Hamas. "Não queremos a guerra, mas estamos a preparar-nos para todas as possibilidades", admitiu Gallant, o primeiro alto funcionário do Governo israelita a falar após a morte do líder do movimento islamita palestiniano Hamas Ismail Haniyeh, num ataque na capital iraniana.

Os rebeldes xiitas hutis do Iémen afirmaram estar determinados em apoiar o Hamas, depois da morte do líder politico do grupo islamita palestiniano, Ismail Haniyeh, caracterizada pelo Presidente turco como um "assassinato pérfido". Também o grupo xiita libanês Hezbollah condenou o assassinato, em Teerão, do líder político do seu aliado palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, e garantiu que esta morte aumentará a "determinação" de quem luta contra Israel.

A União Europeia disse estar a seguir "atentamente" as notícias sobre a morte do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerão, frisando ser contra "execuções extrajudiciais", mas antes a favor da "justiça penal internacional".

"Estamos a seguir atentamente as notícias sobre o assassinato do chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerão. A UE tem uma posição de princípio de rejeição das execuções extrajudiciais e de apoio ao Estado de direito, incluindo a justiça penal internacional", disse à agência Lusa o porta-voz europeu para os Assuntos Externos e a Política de Segurança, Peter Stano.

Devido a este assunto, o Conselho de Segurança da ONU vai reunir-se de urgência nas próximas horas, a pedido do Irão, anunciou a presidência russa do Conselho. O secretário-geral da ONU, António Guterres, mostrou-se alarmado com os ataques ocorridos em Beirute e Teerão, onde o líder político do Hamas foi morto, afirmando que estes "representam uma escalada perigosa".

Outras notícias que marcaram o dia:

O Hamas reivindicou a autoria de um atentado na Cisjordânia ocupada, perpetrado por um palestiniano que disparou e esfaqueou um israelita, ferindo-o gravemente, como retaliação à morte do líder político. "Confirmamos que as nossas brigadas reivindicam a responsabilidade pelas operações desta manhã, sublinhando que estas são as primeiras respostas rápidas ao assassinato cobarde do nosso grande líder nacional”.

O grupo xiita libanês Hezbollah, aliado do Hamas, confirmou que o seu chefe militar, Fuad Sukr, estava noedifício atacado na terça-feira pelas forças israelitas no sul de Beirute, incursão que provocou também quatro mortos civis. "O inimigo sionista lançou um ataque na terça-feira nos subúrbios do sul de Beirute (...) durante o qual um edifício residencial foi atingido. Fuad Shukr encontrava-se no edifício na altura", indicou o Hezbollah, num comunicado.

O secretário de Estado norte-americano defendeu que "nada coloca em causa a importância de alcançar um cessar-fogo" em Gaza, após o assassínio do líder político do movimento islamita palestiniano Hamas. "Vi a informação e o que posso dizer nesse momento é que nada coloca em causa a importância de se conseguir um cessar-fogo", sublinhou Antony Blinken durante uma conferência na Universidade Nacional de Singapura, quando questionado sobre a morte de Ismail Haniyeh.

A Comissão Europeia anunciou a disponibilização da primeira parcela de um apoio a curto prazo para a Autoridade Palestiniana, no valor de 150 milhões de euros. Em comunicado, o executivo comunitário anunciou que disponibilizou os primeiros 150 milhões de um total de 400 milhões de euros para ajudar a Autoridade Palestiniana a fazer face a todos os encargos que tem, nomeadamente pagar salários e pensões de funcionários na Cisjordânia.