Já passou uma década desde que o Daesh se declarou califado, e mais de cinco anos desde que perdeu o seu último território na Síria. No entanto, o aumento da capacidade do grupo para operações externas tornou-se evidente, com os recentes ataques no Irão, na Turquia e na Rússia, bem como com várias conspirações frustradas na Europa. Esse ressurgimento terá as suas sementes na guerra entre Israel e o Hamas, explica ao Expresso Yusuf Can, coordenador do programa do Médio Oriente do Wilson Center. “A crise em Gaza alimentou realmente o radicalismo e o extremismo. Embora ainda seja muito cedo para se saber o impacto total, é provável que o conflito em Gaza deixe uma marca duradoura no terrorismo. Sondagens após sondagens mostram que as pessoas da região estão a afastar-se do Ocidente, especialmente dos EUA. A guerra em Gaza virou fortemente a opinião pública árabe contra os Estados Unidos.”
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“A oportunidade perfeita para a Al-Qaeda e o Daesh se reconstruírem”: raiva que nasceu em Gaza pode ter “consequências enormes por anos"
A raiva generalizada em muitas sociedades árabes, especialmente entre os jovens, relativamente às ações de Israel em Gaza, está a proporcionar um terreno fértil para grupos extremistas propagarem o discurso de ódio e a violência. A guerra que Israel desencadeou em Gaza depois de 7 de outubro terá o potencial de afetar toda uma geração, garantem os peritos em questões do Médio Oriente