Um ataque israelita num acampamento de famílias deslocadas perto da cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, resultou na morte de pelo menos 90 pessoas e feriu 289, segundo o ministério da Saúde de Gaza.
O Exército israelita confirmou que o ataque tinha como alvos Mohammed Deif - chefe militar do Hamas que Israel considera ter sido um dos homens que planearam o ataque de 7 de outubro - e Rafa Salama, comandante local na cidade de Khan Younis. Ainda não é certo, contudo, que os dois homens tenham morrido, como admitiu o próprio primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, em conferência de imprensa.
O exército garantiu que o ataque se dirigiu a uma área onde não havia civis, mas o Hamas apresentou uma versão diferente, negando, em comunicado, que o ataque israelita tenha tido como alvo líderes do grupo. “Trata-se de alegações falsas usadas para encobrir a escalada do horrível massacre.”
A Autoridade Nacional Palestiniana condenou o ataque, que descreveu como mais uma peça da "política de genocídio" orquestrada por Israel. E responsabilizou os EUA pelo ataque, cuja administração "insiste em violar todas as resoluções de legitimidade internacional, mantendo o seu apoio militar e financeiro a esta ocupação, que comete massacres sangrentos contra o nosso povo todos os dias", afirmou o porta-voz Nabil Abu Rudeineh, citado pela agência de notícias oficial Wafa.
Mas o Hamas também foi responsabilizado. Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestiniana, afirmou, citado pela agência Efe, que o grupo está a “impedir a unidade nacional e a proporcionar pretextos” a Israel para atacar. Tem, por isso, “responsabilidade jurídica, moral e política pela continuação da guerra de aniquilação israelita na Faixa de Gaza, com todo o sofrimento, destruição e morte que causa ao nosso povo”.
OUTRAS NOTÍCIAS QUE MARCARAM O DIA:
- Todos os países que haviam suspendido o financiamento à agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA) retomaram as contribuições, com exceção dos Estados Unidos e do Reino Unido, embora este último esteja a considerar reiniciar o apoio. A informação foi divulgada pelo comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, no final da Conferência de Doadores da ONU, realizada em Nova Iorque;
- Pelo quarto dia consecutivo, familiares de reféns detidos em Gaza e numerosos israelitas manifestam-se contra as ações do governo e do primeiro-ministro, numa marcha até Jerusalém, segundo o “Times of Israel”;
- A Argentina declarou o grupo palestiniano Hamas como uma organização terrorista. Além disso, o país decretou o bloqueio dos bens financeiros do grupo, num movimento do Presidente Javier Milei para aproximar a Argentina dos Estados Unidos e de Israel, informou a Associated Press.