Guerra no Médio Oriente

Benjamin Netanyahu reitera que Estados Unidos estão a reter armas, dias depois de Washington negar

O primeiro-ministro israelita afirmou que “certos itens chegaram esporadicamente, mas as munições em geral ficaram para trás”. O Presidente Joe Biden adiou a entrega de algum material militar pesado, desde maio, mas a sua Administração reagiu na semana passada às acusações de Netanyahu de que outras remessas também tinham sido afetadas

Benjamin Netanyahu lidera um Governo assente em formações extremistas e religiosas
Abir Sultan/Getty Images

O primeiro-ministro israelita disse este domingo ao seu gabinete que houve uma queda dramática nas entregas de armas dos Estados Unidos para a guerra em Gaza, repetindo uma anterior declaração negada por Washington.

Benjamin Netanyahu afirmou que a entrega ocorreu há quatro meses, sem especificar o tipo de armas, dizendo apenas que certos itens chegaram esporadicamente, mas as munições em geral ficaram para trás, segundo avança a agência de notícias Associated Press.

Esta questão mostra como surgiram as tensões entre os dois aliados por causa da guerra em Gaza, particularmente em torno da conduta dos militares israelitas no território sitiado e das mortes de civis.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, adiou a entrega de algum material militar pesado, desde maio, mas a sua Administração reagiu na semana passada às acusações de Netanyahu de que outras remessas também tinham sido afetadas.

Netanyahu disse ao gabinete que foi levado a divulgar um vídeo em inglês na semana passada, após semanas de apelos infrutíferos às autoridades americanas para acelerar as entregas.

À luz do que ouvi no último dia, espero e acredito que este assunto será resolvido em breve, disse então o primeiro-ministro israelita, sem dar mais detalhes.

O vídeo de Netanyahu na semana passada gerou alvoroço entre os críticos em Israel e foi recebido com perplexidade pela Casa Branca.

O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita a 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Desde então, Telavive lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que, até ao momento, provocou mais de 37 mil mortos e mais de 85 mil feridos, de acordo com as autoridades do enclave palestiniano, controladas pelo Hamas desde 2007.