Exclusivo

Guerra no Médio Oriente

Em oito meses de guerra, 108 jornalistas foram mortos em Gaza (esta lista está em permanente atualização)

Fotografar a morte todos os dias, como conta ao Expresso o fotojornalista Ahmad Hasaballah tem “um enorme impacto” nos profissionais mas, se não houver ninguém a documentar “ninguém acredita que isto se esteja a passar”. Pelo menos 108 jornalistas morreram em Gaza desde o início da guerra. A maioria é palestiniana mas também há israelitas e libaneses. As autoridades palestinianas acreditam que algumas das mortes não podem ser classificadas como danos colaterais e falam em assassínios por parte de Israel. O Expresso tenta manter esta lista o mais atualizada possível

Um capacete de proteção de jornalistas é colocado na campa de Hamza Dahdouh, jornalista da Al Jazeera e filho de um outro repórter da cadeia catarense, Wael Dahdouh, que já perdeu três filhos na guerra
The Washington Post

Ahmad Hasaballah está a viver numa tenda, num campo de refugiados perto de Rafah, com outros 11 jornalistas. A família - pai, mãe, um irmão e uma irmã - não veio para sul quando Israel avisou que os habitantes das cidades a norte do rio Gaza teriam de se refugiar a sul, ou enfrentar as consequências da ação militar terrestre e está na mesma casa onde sempre viveu, na Cidade de Gaza, no centro do território. A casa onde Ahmad vivia antes da guerra já não existe, disse-lhe o pai.

Com 29 anos, as suas fotografias, difundidas pela agência Getty, já apareceram em todos os jornais e revistas mais importantes do mundo. Há poucos dias venceu o Lucy Award pelo impacto global das suas imagens. A ligação com o Expresso, pelo Whatsapp, é difícil. Passam-se três, quatro segundos sem qualquer ruído do lado de lá. A ligação caiu? Não parece, a chamada está ligada. Depois a voz de Ahmad surge de novo: “Hello? Hello?”