Para o Governo israelita, há um ponto central na guerra em curso no Médio Oriente: não aceitar que o grupo terrorista Hamas continue a governar qualquer zona da Palestina. O ministro da Defesa declarou este domingo, 2 de junho, que Israel está mesmo à procura de alternativas para as regiões em que consiga expulsar o Hamas.
“Vamos isolar áreas [de Gaza], remover os operacionais do Hamas dessas áreas e introduzir forças que permitam formar um governo alternativo – uma alternativa que ameace o Hamas”, declarou Yoav Gallant num comunicado citado pela agência Reuters.
Apesar desta referência, o ministro não deu qualquer indicação de nomes ou forças possíveis, ainda que a Associated Press refira que a intenção seja que os palestinianos fiquem responsáveis por governar palestinianos. Só que a mesma agência de informação internacional lembra que a solução já foi tentada, sem sucesso.
Neste momento, Israel e o grupo Hamas têm em cima da mesa um plano de cessar-fogo apresentado pelo Presidente americano, Joe Biden. Aliás, os Estados Unidos, o Egito e o Catar escreveram um comunicado conjunto para que Israel e Hamas cheguem a acordo com base nesse plano. Até agora, sem sucesso, sobretudo pela postura de menor abertura de Israel.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, encontra-se entre a pressão de parceiros de Governo de extrema-direita para rejeitar tal acordo (porque prevê um cessar-fogo permanente), e entre a pressão internacional e interna para terminar com a guerra. No sábado à noite, repetiu-se o protesto semanal das famílias de reféns do Hamas, que pediram ao Governo de Netanyahu para dar atenção à proposta de cessar-fogo apresentada por Joe Biden.
Um assessor de política externa do primeiro-ministro, Ofir Falk, escreveu no "Sunday Times" que a proposta de Biden pode ser um ponto de partida, tendo em conta a necessidade de libertação dos reféns, mas que há muitas arestas por limar.
Tudo enquanto a região continua a ser marcada por protestos e mortes. Responsáveis palestinianos acusam as forças israelitas de terem assassinado dois adolescentes. Já o Hezbollah reivindicou ataques a uma base militar em Israel. A crise humanitária em Gaza continua e a Lusa adianta que o único hospital que ainda funcionava em Rafah, no sul de Gaza, paralisou, citando a Organização Mundial da Saúde.