Dezenas de estudantes saíram este domingo da cerimónia de graduação da Universidade de Duke, em Durham (Carolina do Norte), em protesto contra o convite a Jerry Seinfeld para discursar e receber um doutoramento honoris causa por parte do presidente da universidade, Vincent Price, noticia o “The New York Times”.
O comediante norte-americano de origem judia – pai de dois estudantes da universidade e um “impulsionador ativo” da instituição, nas palavras do jornal – tem demonstrado publicamente o seu apoio a Israel desde o ataque de 7 de outubro realizado pelo Hamas, que matou 1200 pessoas e fez reféns 252 (apesar de as forças israelitas terem morto, desde então, mais de 35 mil palestinianos, de acordo com autoridades de saúde de Gaza, controladas pelo Hamas). Também a sua mulher financiou um contraprotesto pró-Israel na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), na semana passada, que se tornou violento.
Muitos deixaram a cerimónia assim que Seinfeld, visivelmente tenso, subiu ao palco. Na plateia viam-se bandeiras da Palestina e cânticos de “Libertem a Palestina” – com gritos de revolta que vinham tanto dos futuros licenciados como de outras pessoas nas filas circundantes do Estádio Wallace Wade. À medida que o comediante discursava, os licenciados que deixavam o local entoavam, a partir do parque de estacionamento, “Disclose, divest, we will not stop, we will not rest” (‘Divulgar, desinvestir, não vamos parar, não vamos descansar’, numa tradução livre), acrescenta a “Vanity Fair”.
Este é mais um protesto que ocorre num campus universitário dos Estados Unidos, exigindo às universidades que cortem laços com produtores de armas e outras empresas que lucram com a guerra e que amnistiem estudantes e professores que receberam processos disciplinares ou foram despedidos por terem protestado, recorda a agência noticiosa Reuters.
Outros presentes criticaram a atitude dos manifestantes, gritando pelo nome do comediante enquanto este recebia o título honorífico e discursava. Focado em dar conselhos de vida aos estudantes, Seinfeld foi mais cauteloso e não se referiu ao protesto no seu discurso. Ainda assim, disse, por entre aplausos, que cresceu como “um rapaz judeu em Nova Iorque”, o que é “um privilégio” para quem “quer ser comediante”.