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Guerra no Médio Oriente

Acordo Israel-Hamas. Frenesim de negociações contrasta com palavras de Netanyahu: “Entraremos em Rafah, com ou sem acordo”

As últimas 48 horas foram uma sucessão de palavras de otimismo por parte das várias partes envolvidas nas negociações de um possível acordo para um cessar-fogo em Gaza. Pressionado pelos membros mais radicais do seu Governo, o primeiro-ministro de Israel acabou por dizer, já esta terça-feira, com as negociações na fase mais crítica, que a invasão de Rafah vai acontecer, com acordo ou sem ele. É lá que vivem os cerca de 1,4 milhões de palestinianos que tiveram de sair das suas casas à medida que Israel foi tomando o território

Criança junto a uma tenda improvisada que lhe serve de abrigo em Rafah, no sul da Faixa de Gaza
HATEM KHALED/REUTERS

A pressão vem de todos os lados e pesa tanto sobre o Hamas como sobre Israel. As últimas 48 horas voltaram a trazer esperança para os habitantes de Gaza, que há seis meses sofrem ataques diários, por terra e ar, das Forças de Defesa de Israel (ou IDF, a sigla, em inglês, pela qual é conhecido o exército israelita), mas, como em outros momentos, nada é certo até ao momento em que os tanques se retirem e as bombas cessem de cair. Para Israel, que continua também a sofrer ataques com rockets quer a partir do Líbano, lançados pela milícia xiita do Hezbollah, quer a partir da Faixa de Gaza, a urgência é outra: trazer para casa os reféns que o Hamas levou para Gaza depois do massacre de 7 de outubro.

Não se sabe quantos ainda estão vivos, mas a sociedade civil israelita não parece disposta a abdicar dos seus cidadãos em prol da perpetuação de uma guerra contra o Hamas, que, com tantos tentáculos em tantos países, é quase impossível de derrotar.